O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos.
O câncer colorretal acomete cerca de um milhão de pessoas a cada ano no mundo. Corresponde ao quarto tumor mais incidente nos homens (após pulmão, próstata e estômago) e ao terceiro nas mulheres (após mama e colo do útero).
Os sinais e sintomas do câncer colorretal dependem da localização do tumor no intestino e, inicialmente, podem ser inespecíficos. Dentre os mais frequentes podemos citar dor ou desconforto abdominal (cólicas freqüentes, excesso de gases) e mudança do hábito intestinal (diarréia ou constipação intestinal). Além destes, destacamos ainda sangramento anal ou nas fezes, sensação de evacuação incompleta, dor ao evacuar, fraqueza, anemia, perda de peso inexplicada, náuseas e vômitos, redução no diâmetro das fezes, obstrução intestinal, alteração na coloração das fezes (escuras), aumento do volume abdominal, massas ou tumores palpáveis. Na presença destes sintomas, o paciente deve procurar atendimento médico específico.
Dentre os principais fatores de risco para o câncer colorretal podemos citar idade acima de 50 anos, história familiar de câncer colorretal, pólipos intestinais (adenomatosos), história pessoal de outros tipos de câncer como ovário, endométrio (útero) ou mama. Além destes a obesidade, o sedentarismo, doenças inflamatórias do intestino (Retocolite ulcerativa e Doença de Crohn), doenças hereditárias como Polipose Adenomatosa Familiar (FAP) e Síndrome de Lynch, consumo de álcool, tabagismo e adoção de dieta rica em carnes vermelhas, com baixo teor de cálcio, pobres em frutas frescas e vegetais, favorecem a ocorrência da doença.
Neste sentido, como prevenção primária ao câncer colorretal, a medicina recomenda uma dieta saudável, rica em vegetais, frutas e fibras. Deve-se evitar, também, o excesso de alimentos com alto teor de gordura animal, particularmente carnes vermelhas. Além disso, a prática regular de exercícios físicos é considerada fator protetor contraa doença. Ressaltamos que é importante, ainda, evitar o consumo de álcool e tabaco.
No que se refere ao diagnóstico precoce, está indicada a realização dos exames de rastreamento a partir dos 50 anos de idade, em pacientes que não são considerados como de alto risco. Para estes pacientes o rastreamento consiste em realização do exame de sangue oculto nas fezes anualmente, associado a um método de visualização da porção interna do intestino por meio de colonoscopia a cada 10 anos, se o exame for normal, ou retossigmoidoscopia flexível a cada cinco anos, se o exame for normal.
A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os nódulos linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema imunológico) próximos à região. Em seguida, a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, é utilizada para diminuir a possibilidade de volta do tumor. O tratamento depende, principalmente, do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.
Dr. Mardem Machado de Souza