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Campanha alerta para prevenção do câncer colorretal

Campanha realizada pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia orienta para adoção de hábitos que podem evitar a doença, que registrou aumento de 6% no número de casos no Brasil

Terceiro tipo de tumor mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres, o câncer colorretal deve registrar 36.360 novos casos em 2018, segundo estimativas do INCA. Um aumento de 6% em relação ao índice anterior. No mundo, a incidência da doença tem crescido entre jovens adultos, o que fez a American Cancer Society (ACS) reduzir, em junho, a idade recomendada para rastreamento do câncer colorretal de 50 para 45 anos para pessoas sem histórico na família de tumor ou pólipo no intestino.

Para alertar e conscientizar a população sobre a prevenção, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) realiza durante todo o mês de setembro a campanha de Prevenção ao Câncer Intestinal. Em algumas capitais haverá ações de esclarecimento ao público. No Portal da Coloproctologia (www.portaldacoloproctologia.com.br) e na página da SBCP no Facebook (www.facebook.com/portalcoloprocto) serão postadas dicas e informações sobre o câncer de intestino.

No Brasil, o diagnóstico entre jovens da doença também tem sido percebido entre os coloproctologistas. “São frequentes, entre os nossos associados, comentários sobre o evidente aumento na incidência de câncer colorretal na nossa prática diária e principalmente entre os mais jovens. Por isso, também estamos elaborando uma mudança na nossa diretriz para a doença considerando essa redução da idade”, afirma o presidente da SBCP, Dr. Henrique Fillmann.

A redução da idade para a prevenção incorporada pela ACS teve como base levantamento realizado pela entidade que concluiu que nascidos nos anos 1990 terão o risco dobrado para câncer no cólon e quadriplicado para tumores no reto, quando comparados a pessoas nascidas nos anos 1950.

Prevenção

“É importante ressaltar que o câncer de intestino é um dos poucos tipos de tumor que podem ser prevenidos, já que a maioria tem origem no pólipo. Removendo-se antecipadamente o pólipo, conseguimos fazer com que ele não se transforme em câncer”, enfatiza o presidente da SBCP. A remoção ocorre com exames periódicos de colonoscopia.

Entre os hábitos que podem influenciar no surgimento da doença estão obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool, dieta rica em carne vermelha e alimentos processados.

História prévia de pólipos e câncer colorretal (pessoal ou familiar), diabetes tipo 2 e doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa e doença de Crohn) são fatores que podem aumentar o risco de aparecimento do câncer de cólon e reto.

Entre os bons hábitos que devem ser seguidos a fim de prevenir o câncer de intestino estão: ingerir diariamente fibras (25 a 30g), frutas e verduras (2,5 xícaras) e peixes de duas a três vezes por semana; evitar a ingestão exagerada de álcool, alimentos gordurosos, carne vermelha e embutidos; praticar atividade física regularmente e não fumar.

Sintomas e rastreamento

Os sintomas do câncer colorretal na maioria das vezes surgem em estágio mais avançado da doença e consistem em mudança repentina e persistente dos hábitos intestinais, como diarreia, constipação e fezes com sangue e escuras, além de dor abdominal, anemia, fraqueza e perda de peso.

A recomendação atual da SBCP é que pessoas sem histórico de câncer colorretal na família procurem o coloproctologista a partir dos 50 anos. Em breve, a SBCP também vai antecipar a recomendação para 45 anos. Se houver casos na família, esse acompanhamento deve ter início 10 anos antes da idade do diagnóstico familiar.

Diagnóstico

Entre os exames que podem apontar problemas no intestino estão a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia. O primeiro, realizado por meio da coleta de fezes, pode detectar frações pequenas de sangue difíceis de se visualizar a olho nu. O teste, entretanto, não determina nem a causa do problema, nem o local do sangramento.

A colonoscopia é realizada pela introdução de um tubo flexível acoplado a uma câmera para examinar o intestino por dentro. Caso seja encontrado algum pólipo, ele pode ser removido por meio desse exame.